Era para ser para sempre



Há qualquer coisa, uma espécie de tensão semântica, neste título de jornal. Querem acabar definitivamente (i.e. para sempre) uma coisa que era vitalícia (i.e. para sempre). O estado disse que sim senhor, fulano tinha direito a esta pensão enquanto vivesse, mas afinal, o estado veio agora dizer que, em definitivo, lhe vai acabar com ela. O estado devia saber que essa coisa de acabar com coisas eternas está apenas ao alcance dos poetas

Isto está a mudar muito depressa

Quem mexe os cordelinhos da alta finança não está sujeito a nenhuma espécie de escrutínio. A coisa é perigosa. O comunismo já foi. Parece que chegou a vez do capitalismo. Outra coisa virá.
Por outro lado, muito boas notícias. A energia inesgotável está aí. E isso sim, vai virar este mundo do avesso. Para melhor.

Gatos

O beiral da janela aqui do gabinete é um passadiço para gatos. Serve-lhes de atalho entre os locais que eles frequentam. Passam, igonrando-me olimpicamente. Noto até desprezo na atitude deles. O caso não é para menos. Veêm-me atafulhado em papeis, coisa que sabem inutil. Sábios os gatos.